A Polícia Federal incluiu o triplex 164-A, que seria da família do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Edifício Solaris, no Guarujá,
litoral de São Paulo, no rol de imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua
real titularidade” sob investigação na Operação Triplo X – 22ª fase da Lava
Jato – deflagrada nesta quarta-feira, 27.
“Manobras
financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa
Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores
apontam que unidades do condomínio Solaris, localizado na Avenida General
Monteiro de Barros, 638, em Guarujá-SP, podem ter sido repassadas a título de
propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobrás”,
informa a representação de prisões e de buscas e apreensões da Triplo X
assinada pela delegada Erika Mialik Marena, da equipe da Lava Jato, em
Curitiba.
“Além das
inconsistências já detectadas quanto ao imóvel que pertencera a Marice Correa
de Lima (cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto), igualmente chamaram
a atenção outros imóveis do mesmo condomínio que indicaram alto grau de
suspeita quanto à sua real titularidade”, registra a PF.
O relatório
da PF é ilustrado com um diagrama que inclui oito tríplex do condomínio
Solaris, quatro da Torre A e quatro da Torre B – entre eles o 164 A. O diagrama
montado pela PF indica que a OAS – empreiteira acusada por cartel no esquema de
propinas na Petrobrás – aparece como proprietária do triplex 164 A.
O alvo
central da Triplo X são imóveis da Bancoop, adquiridos pela OAS, em nome da
família de Vaccari e também o triplex 163-B, na torre vizinha à que abriga o
apartamento que seria de Lula. O imóvel está em nome da offshore Murray
Holdings LLC, registrada em Nevada (EUA).
“Levantou
suspeitas pela evidente disparidade de um imóvel de tais padrões frente à
pessoa que se apresentou perante as autoridades fazendárias brasileiras como
representante da dita offshore, qual seja, Eliana Pinheiro de Freitas, pessoa
de condições simples, porém, representante de offshore que adquiriu uma série
de imóveis desde 2009″, informa a PF.
Eliana e
Nelci Warken – também alvo da Triplo X – seriam ‘laranjas’ de um proprietário
que a força-tarefa da Lava Jato diz ainda não saber quem é.
“Os
indícios demonstraram o claro vínculo entre Eliana Pinheiro de Freitas e Nelci
Warken, ambas com alguma atuação passada junto à Bancoop, provável local de sua
aproximação, restando clara a condição de ‘laranja’ de Nelci que Eliana veio a
ocupar.”
Amparo Ligado com MSN Brasil