O tema ora abordado, tem
sido tema de discussão e debate entre filósofos, pensadores, poetas, românticos
e diversos segmentos da sociedade, que tentam compreender, talvez o
incompreensível pela razão, mas acatado pelo o coração.
Certa vez, li de um poeta a
seguinte relato sobre saudade: para ele saudade ‘’Retrata a inegável preocupação dos pais, nos
tempos atuais. A saudade que temos dos velhos perigos, do tempo em que nossas
preocupações eram de que nossos filhos não aprendessem palavrões, que não
caíssem do cavalo, que não se afogassem ao nadar nos rios ou açudes, que não
fossem picados por alguma cobra ou que não brigassem na escola. Hoje as
preocupações são outras, daí a saudade de nosso berço natal e daquele tempo’’.
Saudade é uma
palavra que vem de origem latina, utilizada para definir sentimento de falta de
algumas pessoas, objetos, lugares ou acontecimentos vividos. A palavra vem do
latim “solitate”, que na tradução literal quer dizer solidão, mas em português
ela adquiriu um significado bem mais romântico, como – “Lembrança nostálgica e,
ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada
do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las”.
Além disso, podemos sentir a falta
de festas de família, de amigos e professores da escola, de uma roupa que era
especial, um presente que ganhamos de alguém importante para nós, etc. Este
sentimento sempre foi tema de músicas, poemas, filmes e não há quem já não o
tenha sentido. Por ter um caráter melancólico e triste, a palavra saudade
aparece em poesias e poemas, retratando os sentimentos de seus autores. Muitas
músicas falam de saudade, a fim de mostrar o lado romântico da vida, existente
nas relações afetivas, nos amores perdidos, na família ausente, nos animais que
partiram, nas viagens, etc. E quem não tem saudade disso!
Por incrível que possa parecer, saudades são aquelas
sensações que se acumulam em nossos corações, inundam nossos pensamentos, transbordam por nossos olhos, deslizam em
gotículas de lembranças que, por fim, morrem na realidade de nossos lábios.
Fernando Pessoa escreveu que: "Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos
dos sonhos que tivemos dos tantos risos e momentos que compartilhamos”.
O ser humano é fantástico. Porém, imperfeito e
inacabado. Pronto para viver todas suas dimensões humanísticas. Ora, convivendo
com o sentimentalismo nostálgico que a vida impõe, ora, vivendo num mundo real
que o deixa mais distante, mais inquieto, mais amargurado, sem noção da
resolução de seus problemas cotidiana.
Portanto, a saudade faz parte da vida. Viver um
momento sentindo saudade de algo que já se passou é extremamente saudável. É algo que vai além do passado, ultrapassa
barreiras, mexe com a memoria, e mantem vivo a chama do presente, sem esquecer que
o hoje tem correlação com o ontem, e que o amanhã vai depender de como você viveu o presente.
Para finalizar recorro a seguinte frase: ‘’Quando é
verdadeiro, a distância não separa, o tempo não enfraquece e ninguém
substitui... Nunca deixe que a saudade do passado e o medo do futuro estraguem
a beleza de hoje, pois há dias que valem um momento, e há momentos que valem
por toda uma vida’’.
VERINALDO ENEAS DA COSTA
PROFESSOR DE FILOSOFIA