O Recado das Urnas; por Verinaldo Eneas

Depois da euforia da vitória nas urnas, os prefeitos eleitos no último dia 02 de outubro, começam a tomar pé da difícil situação financeira que terão nas mãos a partir de 1º de janeiro, dia em que tomarão posse.

Com os cofres vazios e sem perspectiva de aumento na arrecadação própria, a maioria dos municípios paraibanos enfrenta dificuldades para manter em dia os salários dos servidores e serviços básicos como saúde e educação.

Em todo o País, novos prefeitos encontraram um quadro desanimador ao assumirem seus cargos. Equipamentos públicos sucateados, serviços básicos comprometidos, salários atrasados e, principalmente, dívidas, muitas dívidas, de curto, médio e longo prazo. É a chamada "herança maldita", em que os novos chefes do executivo não sabem o que fazer para colocar a casa em ordem, sem comprometer os projetos assumidos durante o processo eleitoral.

O caos financeiro em muitas cidades é a prova de que os governantes ainda têm muito a avançar no que diz respeito ao equilíbrio das finanças públicas. Preocupados em encerrar seus mandatos de acordo com as obrigações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), muitos ex-prefeitos apelaram para malabarismos contábeis, na esperança de se livrar das penalidades previstas na lei.

Dentro deste contexto encontra-se, o município de Amparo-PB, com um problema serio, referente ao quadro permanente de servidores efetivos. De acordo com o sagres online do TC do Estado da Paraíba, o referido município, tem 250 servidores efetivos, com uma folha de pagamento mensal de R$ 326.079,67, sem os encargos sociais.  Aqui não constam contratados nem comissionados.  Vale lembrar que diversos municípios com a mesma população de Amparo,  dispõe de no máximo 100 servidores efetivos. O montante da folha em curso inviabiliza investimentos fundamentais em saúde, educação, ação social, entre outros.

Não cabe aqui procurar culpados. Certamente quem menos tem culpa é o servidor. Por consequência ele, só esta efetivado porque alguém os convocou. Pelo visto sobrou boa vontade a quem os nomeou, porém, faltou o essencial, planejamento, gestão, visão de futuro.

E o resultado das eleições municipais? Pela segunda vez consecutiva, os amparenses elegem um candidato de oposição. Foi assim, há 04 anos (2012), elegendo JOSE ARNALDO, e agora novamente (2016) elegendo INÁCIO NOBREGA. Os eleitores locais mostraram que não tem paciência, tolerância zero para os desacertos dos gestores com mandato em curso. O recado das urnas fora dado, cabe aos vencedores honrarem os compromissos de campanha, se não quiserem ser trocadas em 04 anos.

Finalmente, estamos passando por um momento especial da história brasileira. Temos condições de mudar o futuro. Podemos escolher agora qual a direção que vamos tomarmos. Essas premissas foram referendadas nas eleições municipais. O povo quer gestão inovadora com eficiência. Assim, poderemos ter um Brasil melhor, mais igualitário, aonde prevaleça a justiça social, a certeza do desenvolvimento local.

VERINALDO ENEAS DA COSTA
(PROFESSOR DE FILOSOFIA)

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