"A malícia é um tiro que sai pela
culatra;
o ódio sempre volta para quem o cultivou."
(Pv 26,27)
A seguir farei um resumo, de alguns artigos
sobre o referido tema. Alias estamos em uma época marcada pelo individualismo,
pela intolerância, pela falta de boas ações em pro das pessoas.
O título acima, refere-se à máxima popular
de que "quem semeia ventos, colhe tempestades". Nada mais correto. Se
dispensamos um carinho, uma palavra de afeto, um olhar de ternura ou um gesto
de ajuda material, por menor que seja, não podemos nos queixar se tudo isso que
deixamos de fazer, também a nós for negado.
Por outro lado, se maltratamos as pessoas, se as odiamos, se as invejamos, se
fazemos com que elas nos inspirem rancor e repulsa, não podemos cobrar coisa
diversa daquilo que semeamos, pois tendo saldo negativo na balança de nossas
ações, o resgate é inevitável na medida talionária.
É a Lei da Reciprocidade, aquela que age em função da vontade Divina e não
pergunta se a criatura ofensora é pobre, rica, tem alto cargo, qual a
nacionalidade, se é branca ou de cor. Nem voando nas asas da aurora o ser
humano escapa dessa inviolável e infalível lei, seja aqui ou no além.
A maioria dos seremos humanos gosta de levar vantagens acerca de quase tudo. No
trabalho, no lazer ou nas relações pessoais, eles adoram que as coisas lhes
sejam feitas, com o mínimo esforço e menor custo financeiro possível. São os
eternos egoístas, aqueles que jamais fazem algo por abnegação, por
solidariedade humana, pois sempre esperam algo em troca.
Quando as coisas não correm como eles esperam, tomam as atitudes que melhor
lhes caibam, independente dos sentimentos alheios, pouco importando se laços
familiares os ligam àqueles que lhes deram a vida. São pessoas extremamente
egocêntricas. Acham que o mundo gira em torno deles. Sentem-se como se
estivessem num pedestal. Cair dele é somente uma questão de tempo.
O nosso conto ilustrativo da semana é sobre fazer aquilo que gostaríamos
não fizessem a nós: "Um lenhador não tinha estudo. Muito trabalhador,
cortava lenha desde o raiar do dia até o sol se pôr e vendia-a para uma cidade
próxima, aplicando todo o dinheiro no estudo de seu filho, que queria ser
médico.
O tempo foi passando. O menino conseguiu entrar na faculdade de medicina
e tornou-se um grande médico, ficando famoso e muito rico. Construiu uma linda
casa, casou-se e teve um filho. Seu pai, o lenhador, já muito velho e doente,
foi morar com seu filho médico. Porém este tinha uma vida social intensa,
recebia muitos amigos importantes em sua casa.
Resolveu colocar seu pai no quarto do fundo, pois, como não tinha estudo e era
muito simples, não deveria estar conversando com pessoas cultas. Com o passar
do tempo, as mãos do lenhador, cansadas de tanto cortar lenha, já tremiam e
acabavam por quebrar as louças finas do médico.Então este fez uma gamelinha de
barro para as refeições do pai e colocava-o para comer no quintal. O filho do
médico gostava de fazer companhia ao avô nas horas das refeições. Um dia o
médico foi ao encontro de seu filho, e este estava no quintal fazendo uma
gamelinha de barro.
Então seu pai disse: - Para que isso, filho? Ao que ele respondeu: - Para você comer
quando ficar velho e sua mão começar a tremer como a do vovô. Moral da
história: nosso presente é fruto do nosso passado. Colheremos amanhã o fruto do
que estamos plantando hoje. Vamos prestar atenção no tipo de semente que
estamos plantando." Richard Zajaczkowski‘’
Há, dentro de cada um
de nós, uma tendência natural à maldade e, disto, ninguém escapa. Por mais que
nos esforcemos, o mal que está em nós se manifesta e nos surpreende. Uma coisa,
porém, é esta tendência, como algo natural advinda desde a queda, e outra bem
diferente é a prática do mal por puro prazer, como uma espécie de alimento para
a alma de quem o pratica. Este tipo de maldade, ou de malícia, é nocivo a
todos, e pode se voltar contra o seu autor.
Infelizmente, há muita gente que se compraz em fazer maldades. São pessoas de
coração duro, que não temem a Deus nem respeitam o seu próximo. Esse tipo de
gente, além de não se importar com o outro, ainda se sente feliz de praticar o
mal, se vangloria de seus feitos e os propala aos quatro ventos para que todos
deles tomem conhecimento. Por mais assustador e inacreditável que pareça, essas
pessoas existem de fato e, às vezes, até estão mais perto de nós do ousamos
imaginar.
"O ódio não é uma força criativa", dirá Maximiliano Kolbe, "a
força criativa é o amor", completa o polonês que morreu martirizado num
campo de concentração nazista durante a Segunda Grande Guerra. A maldade que
fazemos hoje ao nosso próximo pode, muito bem, se voltar contra nós amanhã. Isto
porque, como bem diz o provérbio, o ódio sempre volta para quem o praticou ou
cultivou.
Fazer o bem, faz bem! Isso parece uma frase feita, dessas que encontramos em
parachoque de caminhão mas, no fundo, sabemos que ela traduz uma verdade. As
pessoas que destilam maldades, mais cedo ou mais tarde, acabam atingidas pelo
seu próprio veneno. Elas são amarguradas, cheias de rancor e incapazes de
perdoar, de modo que, com o tempo, se tornam solitárias e sofredoras’’. T.S.Lion
Ame, perdoe. Resista ao mal. Faça o bem sem olhar a quem e viverá em paz
consigo, com o seu próximo e com Deus.
VERINALDO ENEAS DA COSTA
PROFESSOR DA REDE PÚBLICA