A experiência de cinco países na criação e
comercialização dos produtos da ovinocaprinocultura servirão como exemplo para
o Brasil. Mesmo este sendo um mercado rentável do agronegócio, o Brasil consome
pouco e produz menos ainda. Para estimular o mercado e qualificar melhor os
produtores, o Sebrae Paraíba, em convênio com o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (MDIC), está realizando um estudo sobre a
ovinocaprinocultura no Brasil. Nesta sexta-feira (27), consultores do projeto
viajam para o Reino Unido e a Espanha. Em outubro, conhecerão a realidade do
Uruguai, Nova Zelândia e Austrália, países que são referência internacional
nesse mercado.
“No início de dezembro vamos apresentar em
Brasília o resultado final desse estudo e poderemos entender melhor a nossa
cadeia produtiva. Já que nosso país e, mais especificamente a região Nordeste,
possui um grande rebanho de caprinos e ovinos, por que essa carne não chega ao
consumidor final? Quais atitudes temos que tomar para oferecer o que o mercado
precisa?”, indaga o gestor do projeto e analista técnico do Sebrae Paraíba,
Jucieux Palmeira.
Dados do IBGE mostram que cada habitante
brasileiro consome por ano cerca de 250 gramas de carne caprina e ovina,
enquanto que o consumo de carne bovina é cerca de 20 vezes maior. Mesmo com o
consumo baixo, o Brasil ainda importa em torno de 5 mil toneladas de carne
ovina e caprina por ano. “Ou seja, há um mercado a ser explorado, que precisa
aumentar a sua oferta. Mas para isso temos que trabalhar desde a criação dos
animais, com tecnologia e inovação”, ressaltou Jucieux Palmeira.
O Brasil tem um rebanho de cerca de 10 milhões de
caprinos e 14 milhões de ovinos, de acordo com dados do IBGE. Deste total, 91%
do rebanho de caprinos e 56% do de ovinos estão na região Nordeste. A maioria
está localizada em área semiárida, que atravessam longos períodos de estiagem.
“A Austrália, por exemplo, possui um clima seco, muito parecido com o do
Nordeste brasileiro. Por isso queremos conhecer as experiências relevantes e os
fatores que influenciaram o sucesso desses mercados. Nossa ideia é formular
estratégias para diminuir as limitações e potencializar oportunidades”,
completou o analista do Sebrae.
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