A Paraíba agora é zona
livre de febre aftosa com vacinação. Nesta quinta-feira (5), em solenidade no
Salão Nobre do Palácio da Redenção, o governador Ricardo Coutinho e o ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, assinaram o Ato de
Instrução Normativa reconhecendo o Estado como área livre da doença com
vacinação, o que garante a livre circulação e comercialização nos demais
Estados do país do gado para abate que tiver cumprido todas as etapas da
vacina.
Com a assinatura, a
Paraíba e mais seis estados do Nordeste e o Pará, que estavam no nível médio da
febre aftosa, passam a reunir as condições necessárias para o trânsito e
comercialização do gado nos Estados do Nordeste, exceto Bahia e Sergipe, e
Norte, que são áreas tidas como livre da aftosa com vacinação.
O governador Ricardo
Coutinho afirmou que a Paraíba está vencendo a etapa mais importante, que é a
saída de uma situação constrangedora de risco médio de aftosa e de uma iminente
situação de risco de isolamento que existia anteriormente. “Conseguimos superar
isso com muito planejamento, trabalho e medidas como contratação de 67 técnicos
para a Defesa Agropecuária, qualificação de pessoal, aumento da cobertura de
vacinação de 82,9% em maio de 2010 para 87,3% em maio de 2012 e criação de um
mapeamento georeferenciado das propriedades”, ressaltou.
Na ocasião, Ricardo
agradeceu o empenho dos gestores e técnicos da Defesa Agropecuária e do
Ministério da Agricultura que fez com que a Paraíba fosse contemplada com a
instrução normativa que a coloca como livre da aftosa com vacinação. “Isso
significa a valorização do nosso rebanho e dos produtos derivados. Abre uma
nova perspectiva de crescimento para a pecuária, que tem uma das melhores e
mais tradicionais matrizes genéticas do Nordeste”, completou Ricardo.
O ministro da
Agricultura e Pecuária, Antônio Andrade, ressaltou que a Paraíba precisa
continuar o trabalho do dia a dia de vacinação do gado e de fiscalização, pois
a primeira etapa foi vencida com o reconhecimento nacional do Estado como zona
livre da aftosa com vacinação, mas uma segunda etapa deve ser cumprida pelos Estados
nordestinos.
“Agora temos outro
desafio que é o reconhecimento internacional com o encaminhamento da
documentação em novembro e a vinda em março de técnicos da OIE para a
constatação das ações de controle da aftosa. A expectativa é que em maio a Paraíba
seja declarada internacionalmente zona livre da aftosa com vacinação. E
acreditamos que pelo empenho do Governo federal, do Governo do Estado e dos
pecuaristas essa condição será atingida no próximo ano”, explicou Antônio
Andrade.
O secretário executivo
da Agricultura e Pecuária do Estado, Rômulo Montenegro, disse que essa é uma
conquista muito grande da Paraíba e mais sete estados do Nordeste que estavam
sem as condições sanitárias para a comercialização do rebanho bovino. “No
Nordeste apenas a Bahia e Sergipe já tinham atingido esse estágio, o que fazia
com que para que o nosso rebanho pudesse ir para o Centro Oeste e o Sudeste
teria que passar por uma quarentena para transpor Sergipe e Bahia, o que é
muito demorado e dispendioso Hoje o nosso rebanho poderá ingressar em outras
regiões sem as exigências de antes. O nosso desafio agora é conseguir a
certificação internacional junto a OIE para que o nosso rebanho possa transpor
também as fronteiras do país”, completou.
Atualmente, a Paraíba
possui um rebanho de 1,3 milhão de bovinos (bois) e 1,6 mil bubalinos
(búfalos), os principais atingidos pela doença. Na primeira fase da campanha de
vacinação deste ano, que aconteceu em julho, cerca de 1 milhão de animais
recebeu a dose da vacina, mas a meta é vacinar 100% do rebanho na segunda fase,
em novembro.“Estamos buscando os inadimplentes, quem não vacinou o rebanho ou
quem vacinou e esqueceu de enviar a comprovação. Quem não regularizar a
situação fica impedido de participar de programas dos governos Federal e
Estadual e não pode comercializar a produção”, alertou o secretário de
Desenvolvimento da Agricultura, Marenilson Batista.
A solenidade de
assinatura foi prestigiada também pelo vice-governador Rômulo Gouveia, pelo
diretor do Departamento de Saúde e Defesa Agropecuária e membro da Organização
Internacional de Saúde Animal (OIE), Guilherme Marques, pelos deputados
federais Hugo Mota e Benjamim Maranhão, pelo deputado estadual Hervázio
Bezerra, pelo superintendente federal da Delegacia da Agricultura na Paraíba,
Lúcio Matos, e pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado da Paraíba
(Faepa), Mário Borba.
Como vacinar o gado –
Os produtores que ainda não vacinaram os rebanhos devem procurar as farmácias
credenciadas pela Defesa Agropecuária, comprar as vacinas com nota fiscal, e,
após vacinar o gado, levar a nota fiscal e o recipiente da vacina vazio até uma
Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV). Lá, após comprovar que o
animal foi vacinado, o produtor recebe os comprovantes da vacina.
SecomPB