De janeiro até agosto,
apenas três casos de sarampo foram confirmados na Paraíba, todos no município
de João Pessoa. No período, foram registrados 112 casos no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan), distribuídos em 12 municípios:
Araçagi (2), Bayeux (4), Boa Vista (1), Cabedelo (1), Campina Grande (1),
Itapororoca (1), João Pessoa (96), Lucena (1). Manaíra (1), Pilões (2), Solânea
(1) e Sousa (1).
Sobre o indicador de
investigação oportuna dos casos notificados de sarampo no Sinan, 63 casos (56,25%) foram investigados no
tempo oportuno e 49 (43,75%) tiveram a investigação inoportuna para o
desenvolvimento das ações. Segundo a gerente executiva de Vigilância em Saúde
da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Talita Tavares, a secretaria alerta
todos os municípios sobre a necessidade da investigação em até 48 horas com o
objetivo de adotar as medidas de controle. “Entre as medidas de controle
enfatiza-se a realização do bloqueio vacinal, que no momento da avaliação do
Sinan os municípios de João Pessoa, Araçagi e Boa Vista informaram que não
realizaram, sendo considerada a principal medida de controle da doença”, disse
Talita.
Outro indicador de
monitoramento do sarampo é o encerramento oportuno dos casos inseridos no Sinan
no prazo de 60 dias. Até o dia 31 de agosto, dos 112 casos notificados 78 casos
(68,64%) foram encerrados dentro do prazo estabelecido pelo Ministério da
Saúde, sendo: 73 casos em João Pessoa, um em Itapororoca, um em Araçagi, um em
Boa Vista, um em Cabedelo e um em Bayeux. Dos demais casos notificados, 15,17%
ultrapassaram o prazo de encerramento oportuno ou ainda se encontram
inconclusivos (Bayeux e João Pessoa) e 17 casos (15,17%) estão em investigação.
“Um dos motivos para o encerramento inoportuno de alguns casos do município de
João Pessoa e Bayeux foi o aguardo de resultados laboratoriais da Fiocruz”,
explicou a gerente.
Talita também explicou
que diante da existência de surtos em acompanhamento nos estados de Pernambuco,
Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina e dos eventos de massa
ocorridos recentemente no Brasil, a Gerência de Vigilância em Saúde (GEVS)
mantém a recomendação às Secretarias Municipais de Saúde que continuem em
situação de alerta para captação oportuna de casos suspeitas de sarampo, bem
como o desencadeamento de ações como:
* Notificar em até 24
horas o caso suspeito (conforme fluxo da Portaria 104/25 de Janeiro de 2011);
* Orientação quanto ao
isolamento domiciliar ou hospitalar do paciente até o final do período de
transmissibilidade (4 dias após o início do exantema);
* Coleta de amostras
clínicas para sorologia e identificação viral, conforme orientações do guia de
vigilância epidemiológica;
* Bloqueio vacinal dos
contatos em até 72 horas e monitoramento de contatos por até 21 dias;
* Iniciar a
investigação dos casos em até 48 horas;
* Busca semanal de
casos em prontuários de hospitais e laboratórios públicos e privados;
* Atualização de
cartão de vacinação de crianças, adolescente e adulto;
Os municípios de
Araçagi, Bayeux, Boa Vista, Cabedelo, Campina Grande, Itapororoca, João Pessoa,
Lucena, Manaíra, Pilões, Solânea e Sousa devem avaliar os casos já notificados
no Sistema de Informação de Agravos de Notificação para qualificarem as informações
disponibilizadas de bloqueio vacinal, coleta de amostras clínicas e
encerramento oportuno dos casos;
A doença – Sarampo é
uma doença altamente transmissível que pode evoluir com gravidade e causar
complicações, como pneumonia e encefalite. A transmissão ocorre de pessoa a
pessoa, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.
“O vírus pode ser transmitido de quatro a seis dias antes até quatro dias após
o aparecimento das erupções cutâneas, sendo o período de maior transmissibilidade
dois dias antes e dois dias após o início das erupções. Desta forma, a vacina
tríplice viral é a única medida de prevenção eficaz contra o sarampo,
protegendo também contra a rubéola e a caxumba”, explicou Talita Tavares.
Secom PB