O trabalho rigoroso somado a
uma nova metodologia de investigação influencia nos números. Até o mês de
setembro de 2013 a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) de João Pessoa
apreendeu mais de 300 quilos de drogas.
Segundo o delegado Allan
Murilo Terruel, já no mês de agosto de 2013 as apreensões de drogas feitas pela
DRE na Região Metropolitana de João Pessoa superaram todo o ano de 2012.
“Estamos no terceiro ano à frente da Delegacia de Entorpecentes e as
estatísticas apontam que estamos no rumo certo. Em 2011 nós apreendemos 122
quilos de drogas, em 2012 chegamos a 303 quilos e em 2013 até o mês de agosto
nós já chegamos a 329 quilos”, afirmou o delegado, que diz ainda que o que
contribui para o alto índice de apreensão de drogas é a mudança do método de
investigação.
Ações mais qualificadas
elevaram as apreensões de entorpecentes e também contribuíram com a
desarticulação de grupos criminosos. “No começo nós trabalhávamos muito mais
com a parte do tráfico das bocas de fumo do que com os núcleos de traficantes.
A partir do ano de 2012 nós concentramos esforços mais nesses traficantes
fornecedores. Entendemos que combatendo só as bocas de fumo a gente criava um
núcleo de conflito entre traficantes pelo espaço da venda, mudavam-se as
pessoas a frente da boca de fumo e o comércio ilegal da droga continuava. A
partir do momento que passamos a combater os grupos criminosos, identificando
como eles se organizavam dentro e fora de penitenciárias, prendendo
consequentemente os chefes das quadrilhas, nós conseguimos diminuir o ritmo atacadista
da droga. Decidimos atacar o ponto central do tráfico, recolhendo o principal
produto que financia o crime e prendendo o traficante violento, que é aquele
que provoca homicídios e roubos”, disse Allan Terruel.
A Delegacia tem o apoio do
Judiciário e do Ministério Público no combate ao tráfico. Allan Terruel destaca
a ajuda das comarcas de João Pessoa e de Bayeux. “O compromisso das juízas
Maria Emília e Conceição Marsicano à frente dessas duas comarcas contribuem
para a eficácia do trabalho da DRE. Sem elas, nossas operações não teriam
êxito. O sucesso das investigações depende muito desses dois órgãos”, ressaltou
o delegado.
Para a Juíza da Comarca de
Bayeux, Conceição Marsicano, este entrosamento é necessário para que o combate
ao crime seja pautado na legalidade e ainda por cima seja feito com
compromisso. Ela deixa claro que é importante que a Polícia Civil e o
Judiciário prestem contas à população do que está sendo feito para garantir
segurança aos cidadãos.
Conceição Marsicano afirma
ainda que a parceria com a DRE tem rendido bons frutos e que a criminalidade na
região de Bayeux tem diminuído. “Eu vejo de uma forma muito positiva nossa
parceria. Apesar das pessoas dizerem que não caiu a criminalidade aqui em
Bayeux, eu afirmo que caiu sim. Atribuo pelo menos 95% ao trabalho feito pela
DRE, ao trabalho feito pelo delegado Allan Terruel e sua equipe, que tem se
mostrado muito compromissada. Eles agem mesmo em meio às dificuldades, executam
um trabalho correto e nada mais que justo ajudarmos a esse trabalho, a
população precisa saber que o Estado existe e que nós o representamos”,
concluiu a juíza.
O delegado Allan Terruel
lembra que o compromisso da DRE não é só aumentar as estatísticas de
apreensões, mas diminuir a sensação da violência nas comunidades que recebem as
ações da delegacia. “Queremos estar presentes para monitorar o aumento da
violência. Ações pontuais nos ajudam a recolher entorpecentes, mas também
servem para acompanharmos a comunidade constantemente. Sempre fazemos
observações em como era o local antes e depois das ações executadas pela DRE.
Nenhum traficante preso deixa de ser investigado pela delegacia. Existe uma
manutenção do trabalho estratégico, acompanhamos o que vem acontecendo e qual a
evolução depois de nossas ações”.
Atualmente a equipe da DRE é
formada por escrivães, delegados, técnicos em perícia e agentes de polícia. “Ao
todo 25 pessoas trabalham diariamente investigando, monitorando e executando
ações pautadas em muito estudo da área e das pessoas envolvidas no crime de determinadas
comunidades da região metropolitana de João Pessoa. Nosso projeto é buscar o
crescimento da unidade, não só na parte repressiva, mas também com uma vertente
preventiva. Outro grande projeto da DRE é o controle do fluxo de depósitos de
incinerações de drogas. Nos próximos meses deve ser realizada a incineração de
meia tonelada de entorpecentes, o que corresponde a apreensões em toda região
metropolitana. Fruto do nosso trabalho”, falou Allan Terruel.
Apoio da Delegacia Geral
A Polícia Civil da Paraíba
tem realizado ações repressivas e preventivas contra o tráfico de drogas no
Estado. De acordo com o delegado geral adjunto da Polícia Civil, Isaías
Gualberto, em cidades que ainda não possuem Delegacias de Repressão a
Entorpecentes, o trabalho de investigação e repressão contra o tráfico é feito
pela Delegacia de Roubos e Furtos, como é o caso de Campina Grande. “Já foi
aprovado pelo Conselho Superior de Polícia a criação e instalação de uma DRE em
Campina Grande e em algumas cidades polo do Sertão. Mas, por enquanto o combate
continua sendo feito com eficácia pelas delegacias regionais. As ações não
param e continuamos vigilantes quanto ao problema. A polícia tem desarticulado
quadrilhas e apreendido drogas em vários municípios do interior da Paraíba e
isso é fruto de um trabalho constante e parceiro das Polícias Civil e Militar”,
afirma.
Além das ações realizadas
pelas delegacias, Isaías Gualberto, destaca o trabalho realizado pelos núcleos
de inteligência espalhados estrategicamente em várias cidades da Paraíba. “Eles
dão suporte nas investigações, subsidiam prisões e ajudam na desarticulação de
grupos criminosos. É importante lembrar que estamos sempre investigando,
monitorando. As pessoas podem não nos ver, por questões de segurança, mas
estamos presentes, levantando informações para combater o crime, principalmente
essa questão do tráfico de drogas”, concluiu.
Apreensão de armas e drogas
no Estado
Na reunião de monitoramento
realizada em João Pessoa no dia 7 deste mês, foram apresentados os números de
apreensões de armas e drogas em 2013 ao governador do Estado, Ricardo Coutinho,
e à secretária nacional de Segurança Pública, Regina Mikki.
Nos nove primeiros meses do
ano, as polícias apreenderam 506,7 quilos de entorpecentes, entre maconha
(407), crack (79,2) e cocaína (20,5). Foram 1.743 ocorrências de apreensão de
drogas na Paraíba. Destaca-se a cocaína, com aumento de 253% na quantidade apreendida
se comparada ao mesmo período de 2012. Também foram apreendidos três quilos a
mais de maconha.
Já o número de armas
apreendidas no período foi de 1.953, sendo 83% das apreensões realizadas pela
Polícia Militar. As armas mais apreendidas são revólveres, espingardas e
pistolas.
Portal Governo da Paraíba