Confesso que
acreditava numa vitória brasileira sobre Alemanha. Tinha um pingo de
confiança. Na verdade, apenas dois motivos me faziam ter esse pensamento
positivo: o fator torcida e o respeito que os alemães poderiam ter diante da
seleção canarinha. No entanto, a Alemanha não respeitou. Não quis saber
dessa história de anfitrião, muito menos que estava diante de um pentacampeão e
num Mineirão lotado. Aplicou um 7x1 sem dó e nem piedade. E com espaço
para mais gols. A Alemanha jogou em ritmo de treino e garantiu a vaga na final
da Copa do Mundo numa facilidade que ninguém poderia imaginar.
Um vexame mundial e histórico.
Colocou o Maracanazzo, sim aquela fatídica final de 50, no chinelo em
termos de tragédia. É moeda de 50 centavos. E não adianta dizer que
Brasil sentiu a falta de Neymar e Thiago Silva. Pelo volume de jogo dos alemães
não há como dizer que se os dois jogadores estivesse em campo a história seria
diferente. A seleção foi massacrada porque
foi mal treinada para a Copa do Mundo. Felipão e sua comissão técnica
acreditaram que a conquista da Copa das Confederações, no ano passado, era a
prova de que tudo estava uma maravilha.
Não preparou o Brasil
tecnicamente e muito menos psicologicamente. Em nenhum jogo desta Copa a
seleção apresentou padrão de jogo e nem variação tática.
Felipão confiou na
força da torcida, nas suas superstições bestas e no seu dom motivador. Mas na
Copa do Mundo, esses elementos não bastam.
Durante a semana, a seleção
brasileira se limitou a lamentar a ausência de Neymar na partida. O tempo
inteiro se falou do lance, homenageou o jogador e cobrou uma punição para o
colombiano que acertou Neymar. Enquanto isso, a Alemanha ficou concentrada,
estudou bem o Brasil e treinou forte. Entrou em campo para vencer a partida e
goleou. No primeiro tempo, mesmo com boa vantagem, não diminuiu o ritmo. E, no
segundo, foi ao ataque quando quis. Felipão confiou apenas na sua
estrela. Porque foi incrível como o comandante brasileiro cometeu erros na
convocação, na armação do time e nas substituições. Não cuidou do lado
emocional do grupo. A partida contra o Chile mostrou isso. E,
diante da Alemanha, a seleção perdeu o jogo quando sofreu o primeiro gol. O
Brasil ficou abatido a partir daquele momento e poderia até ter sofrido
um vexame ainda maior.
O Brasil pisou no
gramado do Mineirão como se fosse para uma partida qualquer. Enquanto a
Alemanha estava encarando uma semifinal de Copa do Mundo. A seleção
perdeu dentro e fora de campo, pois não aproveitamos a Copa do Mundo para
evoluirmos no conceito de fazer futebol. Andamos para trás literalmente e
acabamos vivendo um vexame daqueles que jamais será esquecido.
Tão vergonhoso que
deixou até mesmo os alemães meio desconcertados para comemorar a classificação
para a final da Copa do Mundo.