As mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de
2016 foram apresentadas publicamente hoje (24) na Escola Municipal Ginásio
Experimental Olímpico (GEO) Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa, no Rio de
Janeiro. Inspiradas na fauna e na flora brasileiras, as personagens –
escolhidas em agosto de 2013 – foram preparadas, por um ano e três meses, em
segredo para representar o país.
A mascote dos Jogos Paralímpicos é azul e tem
cabelo verde, em forma de copa de árvore, representando a variedade da flora.
Elas também têm influências da cultura pop, com elementos de personagens de
animação e videogame. Os nomes serão decididos em uma votação que já está
aberta no site oficial dos jogos,
em que se pode escolher entre três duplas de nomes, a primeira para a mascote
olímpica e a segunda para a paralímpica.
Sócio-diretor do Estúdio Birdo, que criou as
personagens, Paulo Muppet conta que os cuidados foram muitos para que não
houvesse vazamentos. "Todos os arquivos tinham que ser criptografados
antes de serem transmitidos pela internet, e a gente não podia usar os nomes
mascotes ou falar de olimpíadas em nenhuma comunicação. É muito difícil manter
uma coisa confidencial nessa época de internet, em que qualquer um tira uma
selfie no celular e a imagem vaza", explica ele, que não pôde contar nem
para os familiares que sua empresa havia vencido o concurso.
Luciana Eguti, sócia de Paulo, conta que a ideia
original sofreu poucas mudanças. "Nossa premissa foi trabalhar com a
diversidade dos animais. Todo mundo adora o mico, a arara ou a onça, mas a
gente queria um personagem original para representar tudo", ressaltou ela,
ao acrescentar que a mascote paralímpica foi a que passou por menos alterações,
com apenas alguns ajustes de cor.
Diretora de Marca da Rio 2016, Beth Lula, destacou
que as crianças fizeram parte do processo de escolha, na avaliação das
propostas para a final, que contou com apenas dois projetos. "Na final, a gente
tinha três propostas criativas que a gente levou para uma pesquisa com crianças
de 6 anos a 12 anos. Uma não foi bem-aceita pelas crianças, e, então,
resolvemos tirar essa proposta da final e levamos somente duas. A que venceu
foi [escolhida] por unanimidade e, por coincidência, uma das mais bem-aceitas
pelas crianças."
O processo de seleção contou com 24 empresas
brasileiras na primeira fase. Delas, 14 enviaram as propostas criativas e três
passaram para a avaliação das crianças. As personagens foram concebidas para
funcionar também como animações. O diretor do festival Anima Mundi, César
Coelho, foi um dos que participaram da seleção. "A animação brasileira
está em um processo de enorme evolução, e essa foi uma oportunidade
única."
O lançamento das mascotes contou com a presença do
presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, do presidente
do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, e do prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes. Como Nuzman e Paes, Parsons elogiou a aposta na diversidade
e na mistura de espécies e disse que a iniciativa reforça a importância da
tolerância: "Para nós, a diversidade pode parecer uma opção, mas, para os
nossos filhos e netos, ela é a única opção. É o único caminho para que a gente
possa conviver no mundo atual com tolerância e entendimento da diferença do
outro."
Com Agência Brasil