A seca que tem assolado
a Paraíba está se agravando cada vez mais e, não à toa, os especialistas
afirmam que o Estado vive um dos piores momentos de estiagem dos últimos 50
anos. Nesse final de semana a Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
divulgou uma pesquisa que retrata essa realizada em números. De acordo com o
levantamento, em dez anos, cresceu quase 52% (51,90%) o total de portarias que
decretam situação de emergência nas cidades paraibanas.
Na Paraíba, dos 223
municípios, 163 (73%) foram pesquisados. Ao todo, de 2003 a 2013, já foram
assinadas 1.235 situações de emergência no Estado. O dado coloca a Paraíba como
o 3º do Nordeste com o maior número de portarias nesse período.
E foi no último ano do
estudo que a Paraíba teve o maior número de municípios sofrendo de forma
extrema com a seca. Em 2013 foram verificados 199 decretos de situação de
emergência. Isso deixou o Estado em 2º lugar em todo o Nordeste. Este ano já
são 197 as cidades incluídas dentro desse quadro.
Os anos de 2009 e 2011
foram os períodos em que menos se verificou a necessidade de o governo decretar
emergência na Paraíba. Foram apenas onze portarias do tipo em cada um desses
anos.
A Companhia de Águas e
Esgotos da Paraíba (Cagepa) informou à CNM que nove cidades estão em
racionamento e 22 em colapso total, sendo abastecidas por carros-pipa. Não há
problema com os mananciais que abastecem João Pessoa e cidades litorâneas.
Os municípios do
Nordeste nos últimos dez anos (2003 a 2013) tiveram homologadas 9.260 portarias
pelo Ministério da Integração Nacional de Estado de Calamidade Pública ou
Situação de Emergência, sendo que 7.356 são relacionadas à seca.
Das 7.356 portarias
relacionadas à seca, três estados, a saber, Bahia, Ceará e Paraíba se destacam
com números expressivos de portarias. Esses dados demonstram que desde 2003 os
estados do Nordeste vêm sofrendo cada vez mais com os danos causados pela seca
prolongada e que as soluções não chegam à mesma proporção dos estragos
provocados.
Segundo a CNM, “quando
se olha para o retrospecto dos últimos dez anos, vê-se que nenhuma barragem
importante foi construída na região nordeste. As últimas foram a de Serrinha e
a de Jucazinho, ainda no Governo de Fernando Henrique Cardoso. A transposição
do rio São Francisco, que foi prometida como a redenção do semiárido, anda a
passos lentos com interrupção da obra e degradação do que já foi construído. A
retomada dos trabalhos só se deu após denúncias feitas pela Imprensa com grande
repercussão no País”.
Cariri
de Cá