O governo brasileiro vai comprar e distribuir repelentes para cerca
de 400 mil gestantes que estão hoje no programa Bolsa Família e fazer um dia
nacional de mobilização, em 13 de fevereiro, com 220 mil homens das Forças
Armadas, dentro de um novo rol de ações para tentar conter o avanço do zika
vírus no Brasil e o crescimento dos casos de microcefalia, informou nesta
segunda-feira o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Castro falou depois de uma reunião no Palácio do Planalto onde a
presidente Dilma Rousseff mostrou irritação com as declarações do ministro,
feitas na semana passada, de que o país estaria “perdendo a guerra para o Aedes
aegypti”, considerada alarmista pelo Planalto, disse uma fonte palaciana.
Castro, no entanto, repetiu que a luta contra o mosquito “é uma
guerra que não podemos perder”. “Temos 30 anos de convivência com o mosquito.
Não quero culpar ninguém, mas houve uma contemporização com o mosquito. Hoje a
situação é completamente diferente”, disse.
O governo está recolhendo o que considera boas práticas de
eliminação do mosquito e está divulgando as boas experiências pelo país. Entre
elas, um programa de computador desenvolvido pelo governo de Goiás que monitora
em tempo real cada quarteirão de cada município do Estado para que, assim que
as equipes de saúde façam as visitas, se saiba o grau de infestação em cada
local. O programa foi cedido ao governo federal e será distribuído a todos os
Estados.
Na próxima quarta-feira, uma reunião com representantes de
laboratórios que fabricam repelentes acontecerá em Brasília para que o governo
negocie a compra dos produtos para distribuir às grávidas do programa Bolsa
Família, que seriam cerca de 400 mil.
Na sexta, a presidente fará uma reunião com os 27 governadores por
videoconferência na Sala Nacional de Coordenação e Controle do Plano de
Enfrentamento à Microcefalia, que tem sistemas iguais em cada Estado.
(Por Lisandra Paraguassu)