Neste segundo domingo de maio,
celebraremos o dia dedicado às mães. Porém,
aproveito o momento para fazer uma reflexão baseado nos ensinamentos de
Heloisa Capelas, grande terapeuta
familiar especializada em reeducação emocional e diretora terapêutica do Centro
Hoffman. O que escrevo a seguir é um resumo de suas publicações sobre questões familiares.
A cada ano parece mais difícil resgatar o verdadeiro sentido
do Dia das Mães. A comemoração proposta por Ana Jarvis em 1910, nos EUA, para
homenagear sua mãe (que havia morrido em 1905) e todas as mães do seu País,
passou a estimular o comércio e hoje só perde para o Natal em volume de vendas.
Mas esse aspecto materialista do Dia das Mães tem sido reforçado porque existe
uma barreira que impede que a relação entre mãe e filhos seja mais verdadeira e
profunda. Essa barreira é o amor negativo, uma síndrome emocional que afeta o
lado afetivo dessa relação.
Apesar de amarem suas mães e reconhecerem o seu valor, geralmente os filhos têm
críticas e mágoas inconscientes em relação elas. A partir da segunda metade do
século 20, um número cada vez maior de mães passou a trabalhar fora. Muitas
tentam compensar essa ausência na vida dos filhos comprando-lhes presentes,
trazendo "agrados" praticamente todos os dias. Com o passar do tempo,
a criança vai desenvolvendo sua personalidade a partir desse comportamento e,
se esse processo não acontece de maneira satisfatória, o seu aprendizado de
auto-estima e do amor próprio ficam prejudicados.
Dessa forma, desenvolvem o que podemos chamar de "pactos de
vingança", que se traduzem no afastamento ou na superdependência dessa
relação. Nos dois casos, os filhos sentem-se culpados porque,
inconscientemente, não consideram sua mãe a "santa" ou a "melhor
pessoa do mundo" mostrada nos comerciais de TV. Conseqüentemente, o lado
afetivo fica invertido e a relação torna-se superficial e conflituosa. O filho
passa a dar presentes caros ou leva a mãe a bons restaurantes pensando que
assim pode aliviar a culpa por esses sentimentos negativos que envolvem o amor
que sente por ela.
O conceito da Síndrome do Amor Negativo foi criado em 1967 pelo norte-americano
Bob Hoffman, um autodidata com profundo conhecimento da natureza humana. Essencialmente, no sentido mais amplo, o amor negativo nada mais é do que o
estado de se sentir indigno de ser amado. Os filhos adotam os comportamentos,
traços e atitudes de seus pais, na esperança de que eles os aceitem e os amem
incondicionalmente. Sem a devida auto-estima, mesmo depois de adulto, essa
criança continua a acreditar que dentro de si existe um ser mau que precisa ser
escondido e controlado, senão machuca a quem ela mais ama. Essas negatividades
são barreiras reais à realização e à paz pessoal.
O caminho para nos livrarmos do amor negativo, segundo Bob Hoffman, é o
autoconhecimento e o perdão, pois somente quando formos capazes de perdoar
nossos pais, espiritual, emocional e intelectualmente, poderemos então nos
perdoar e encontrar a paz interna. Quando a pessoa conhece a sua história, ela
passa a aceitá-la e a compreender as diferenças em relação ao outro. Na hora em
que perdoa o seu passado, ela se apropria da sua história e se orgulha dela.
Então, a relação com os pais fica mais fácil, mais profunda e verdadeira. O
autoconhecimento lhe permite perceber os padrões negativos que copiou
inconscientemente dos seus pais. Uma vez livre dessa programação negativa, ela
é livre para ser ela mesma. E, no Dia das Mães, certamente vai poder oferecer
mais afeto verdadeiro do que presentes.
A beleza do ser mãe não está em
letras e expressões muito bem-colocadas. Muito mais que gerar vidas, a beleza é
materializada em cada gesto que conduz à paz e à esperança, no sentido de ter
um mundo melhor, um lar abençoado e filho realizado em todos os aspectos da
vida.
Feliz Dias das Mães para todas
aquelas que não medem esforços para ver o brilho no olhar de seus filhos, para
aquelas que lutam todos os dias, sempre procurando da o melhor, superando
obstáculos, vencendo no dia a dia, e sempre com o objetivo de ter um futuro
melhor para sua família.
A todas as mães, sejam de onde
for, de perto ou de longe, as que conheço ou não conheço, de qualquer credo
religioso, de qualquer natureza politica e social, desejo UM FELIZ DIA DAS MÃES, e que esta data, seja abençoada por Deus, trazendo paz, e
harmonia para cada lar.
OBS. Finalmente quero
agradecer a todos que tem lido meus artigos, principalmente meus leitores de
Recife – PE, de Amparo, Sapé e Campina Grande - PB, que além de prestigiarem o que eu escrevo, ainda contribui com
sugestões. A todos muito obrigado.
Continuo sempre aberto às contribuições. Também agradeço a THIAGO responsável
pelo o site Amparo Ligado, pelo grande
trabalho que tem feito em prol da
comunidade. Também a Pastor Jader
Medeiros pela riqueza de seus artigos que muito contribui para reflexão de cada
leitor.
VERINALDO ENEAS DA COSTA
(PROFESSOR DE FILOSOFIA)
Parabéns Professor pelo seu artigo.
ResponderExcluiragradeço a você JUNIOR FILHO, por tê-lo com leitor, afinal é sempre bom ter pessoas como você. Eu e o Amparo Ligado agradecemos.
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