Nos
últimos dias vimos nos noticiários, de maneira acentuada, o quanto o machista
esta presente no meio da sociedade brasileira, causando enorme prejuízo em todos os segmentos. Neste
contexto observamos algumas informações que nos
ajudarão a fazer uma reflexão mais aprofundada sobre o tema aqui discutido.
É quase uma unanimidade: 96% dos
jovens brasileiros entre 16 e 24 anos percebem a existência do machismo em
nossa sociedade. Mesmo assim, mais da metade dos entrevistados concordam com
padrões de comportamento considerados machistas. Por exemplo: 51% deles
defendem que a mulher tenha a sua primeira experiência sexual somente em um
relacionamento sério; 41% afirmam que a mulher deve ficar com poucos homens;
38% garantem que a mulher que fica com muitos homens não serve para namorar e,
difícil de acreditar, 25% dos jovens pensam que, se usar decote e saia curta, a
mulher está se oferecendo. Os dados foram revelados pelo o Fórum Fale Sem Medo,
promovido pelo Instituto Avon, em São Paulo.
A pesquisa também revelou algumas
formas pelas quais o machismo se manifesta com força também no ambiente
virtual: 59% dos homens jovens admitiram já ter recebido fotos de mulheres
desconhecidas nuas pela internet – e 28% deles confessou já ter repassado a
outros essas imagens. Outro dado surpreendente é que 51% das gurias já se
sentiram forçadas a entregar ao parceiro a senha do celular e 46% a senha do
Facebook, para ele acessar as informações pessoais.
Tudo isso ocorre com aquela desculpa
de que quem não deve não teme. A internet se tornou espaço de controle das
mulheres por parte dos parceiros. Atitudes de controle na internet são a nova
forma do machismo no século 21 – afirma Renato Meirelles, presidente do
Instituto Data Popular, que apresentou os resultados da pesquisa feita pela
internet, com a participação de dois mil jovens das cinco regiões brasileiras.
Ainda pior do que constatar o
machismo entre os meninos é perceber que o sentimento está disseminado em toda
a sociedade. A pesquisa mostra que 80% dos jovens (de ambos os sexos) acha
errado que as mulheres fiquem bêbadas na balada ou em bares; 76% acha errado
ter vários casinhos ou ficantes; 48% consideram incorreto sair à noite sem a
presença do marido ou namorado e 68% acham errado ter relações sexuais no
primeiro encontro. Em todos os casos, os homens praticam tudo o que consideram
inadequado para as mulheres, com mais frequência.
Gostaria de acreditar que o mundo caminha para
o melhor, mas isso não é sempre verdade. A nova geração tem valores machistas,
sim. Não é por que eles sejam ruins, não é isso. Mas é por uma questão
cultural. É necessário mudar a cultura – afirma a antropóloga da Universidade
de São Paulo, Heloísa Buarque de Almeida, que coordena as pesquisas dos casos
de estupro a estudantes registrados no Campus.
Quando o assunto são as
constrangedoras e ofensivas cantadas a que quase toda a mulher já foi
submetida, a pesquisa revelou que 78% das entrevistadas já sofreu assédio em
local público. Deste total, 68% receberam cantada ofensiva, violenta ou
desrespeitosa; 44% admitiram que homens já tocaram seu corpo em baladas ou
festas; 31% já foram assediadas no transporte público; 30% foram beijadas à
força; 25% já foram abordadas de maneira agressiva em balada ou festa. Por
outro lado, apenas 24% dos homens admitem ter praticado essas ações em algum
momento.
Temos que combater esse
desequilíbrio de forças entre homens e mulheres. A mulher é a parte mais
suscetível do julgamento da sociedade, por isso está à mercê da violência.
Temos que lutar contra isso, informando a sociedade sobre os estereótipos de
gêneros que não podemos mais tolerar – afirma a presidente do Conselho do
Instituto Avon, Alessandra Ginante.
A mulher como objeto de posse do
homem, a quem ele controla e coordena, sob pena de submetê-la a algum tipo de
violência caso ela desafie esse comando. Parece coisa do passado, mas não é. De
acordo com os números, 95% acha que dar um soco, tapa, chutar ou ameaçar com
arma é violência. Ameaçar bater, obrigar a fazer sexo ou humilhar em público
também são considerados atos de violência por cerca de 90% dos entrevistados.
Por outro lado, somente 35% considera violência proibir de sair à noite,
controlar a parceira pelo telefone ou proibi-la de usar determinada roupa. E
somente 26% dos entrevistados encara como um desrespeito o fato do parceiro
procurar mensagens e ligações no celular.
A conclusão é que, apesar da
tecnologia e da maior escolaridade da população jovem, o pensamento machista
ainda está profundamente arraigado na mentalidade coletiva tanto de meninos
quanto de meninas. E, pior: a confusão de valores faz com que os jovens não
saibam ao certo como agir e o que considerar como machismo e violência. Tanto
que, nas respostas, somente 4% dos jovens homens admitem que praticaram violência
contra sua parceira. E 8% das mulheres admite que sofreram. No entanto, quando
as perguntas são direcionadas a atitudes consideradas violentas, 66% das
mulheres admite ter sofrido algum tipo de violência. E 55% dos homens confessam
já ter praticado algum ato violento.
Por questão de igualdade, não é admissível que a mulher
se aposente 05 anos mais cedo que o homem, quando a expectativa de vida
é em media 08 anos há mais. Isso acaba sendo uma justificativa, de que a mulher
é mais frágil, em comparação ao homem.
Quando na verdade todos são iguais e deveriam ter os mesmos direitos.
Precisamos em tempo, combater o
machismo, como também todo e qualquer tipo de preconceito, afinal ninguém é
superior ao seu semelhante. Precisamos respeitar o próximo, juntar forças no
sentido de ter uma sociedade igualitária, mais justa, mais humana, que preze o
respeito a todos independente do sexo, raça, cor, religião, opção sexual,
situação econômica e social.
VERINALDO ENEAS DA COSTA
Ótimo tema professor para debater nos dias atuais, é verdade que o machismo é algo ainda muito forte na sociedade atual. Ainda demorará um tempo para que a igualdade seja feita de forma igual para ambos os sexos. Para que a sociedade aceite que somos todos iguais, que temos os mesmo direitos e que não há diferenças entre os sexos.
ResponderExcluirAgradeço de coração a você Junior Filho, por acompanhar meus artigos, além de ler, contribui com seu ponto de vista. Precisamos sim de pessoas como você, esclarecida, somente assim, teremos uma sociedade mais justa e igualitária. Muito obrigado.
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