Ufa!
Demorou os sete dias de competição, mas finalmente saiu a primeira, e única,
medalha do judô masculino nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Nesta
sexta-feira, Rafael Silva, o Baby, confirmou o que todos esperavam dele e
conquistou um bronze na categoria pesado (mais de 100kg). Essa é a segunda
láurea dele em uma Olimpíada, após ter obtido o mesmo resultado quatro anos
atrás, em Londres-2012.
A campanha masculina, e de todo o Brasil na
modalidade, ficou abaixo do esperado. Mas pelo menos, os homens conseguiram
manter a sina dos últimos oito Jogos, quando pelo menos um atleta subiu ao
pódio. No entanto, pela primeira vez, foram mais conquistas femininas duas
(ouro de Rafaela Silva e bronze de Mayra Aguiar) contra um (a terceira
colocação de Baby). Se não bastasse, o desempenho ficou abaixo do de Londres,
quando foram quatro pódios.
A angústia pela ausência de uma láurea dos homens parece ter
envolvido toda a Seleção Brasileira. Diversos judocas que tinham ido ao tatame
nos dias anteriores, foram para as arquibancadas torcerem por Rafael Silva na
parte da tarde, com a repescagem e a disputa pelo terceiro lugar. Não faltaram
gritos de incentivos, como da mais nova campeã olímpica, Rafaela, de Maria
Portela e até mesmo do técnico Luiz Shinohara, que não ficou na cadeira para
orientar o lutador dessa vez.
- Estou muito feliz. Só tenho que agradecer a
toda minha equipe, a todo mundo que acreditou no meu trabalho. Ganhar uma
medalha em casa é muito bom - disse o judoca brasileiro.
- Torcida ajudou muito, me empurrou buscando
cada ponto. Ouvi quando minha esposa (Bruna) gritou "Aqui é sua casa".
Estou feliz demais, em casa é outra casa - acrescentou.
Mas não foi apenas o apoio vindo do público e de
seus companheiros que levou Baby à medalha de bronze. O judoca se mostrou
focado desde suas primeiras lutas. Venceu o hondurenho Ramon Pileta e o russo
Renat Saidov por ippon. O problema veio nas quartas de final, quando teve pela
frente o francês Teddy Rinner. O brasileiro até tentou controlar o combate e
abrir uma brecha no jogo do multicampeão. Não deu, vitória do rival por wazari.
Um resultado até esperado e que não abateu o
atleta do Brasil. Na repescagem, ele passou pelo holandês Roy Meyer e, em
seguida, levou o bronze contra o uzbeque Abdullo Tangriev.
Baby tem a fama de ser um cara difícil de ser
derrubado. Mais uma vez, ele provou isso. Um grande resultado para ele, um
alívio para o judô masculino do Brasil.
Jornal Lance