O presidente interino Michel Temer
(PMDB-SP) retirou do governador Ricardo Coutinho (PSB) a execução das obras
destinadas ao combate à seca no Estado. A medida, além da Paraíba, atinge
outros estados no Nordeste e terá maior efeito nas unidades federativas onde o
governador não for alinhado com o PMDB. Isso por que o comando dos
empreendimentos passará para as mãos do Departamento Nacional de Obras Contra
as Secas (Dnocs), órgão controlado predominantemente por peemedebistas. Aqui na
Paraíba, o titular foi indicado pelo senador José Maranhão (PMDB), recentemente
elevado à condição de desafeito do governador.
A decisão, segundo o Estadão, foi tomada no último domingo
(14), durante reunião entre Temer e o ministro da Integração Nacional, Helder
Barbalho (PMDB-PA). A medida inclui ainda a repactuação dos repasses para
os estados. Alagoas e Sergipe, comandados por peemedebistas, passaram a receber
mensalmente mais recursos para o combate aos efeitos da estiagem. O primeiro
estado, comandado por Renan Filho (PMDB), herdeiro político do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB), teve os repasses elevados de R$ 2 milhões para
R$ 10 milhões.
Já no caso de Sergipe, comandado por Jackson Barreto
(PMDB), a verba passou de R$ 3 milhões para R$ 10 milhões. Auxiliares próximos
ao governador da Paraíba disseram que Ricardo Coutinho já esperava a medida e
demonstra preocupação em relação a isso. A medida vai fazer com que os R$
789,9 milhões para ações emergenciais no Nordeste, fruto de medida provisória
assinada pelo presidente interino em julho, tenham a aplicação definida
exclusivamente pelos grupos alinhados com o Palácio do Planalto. A região
enfrenta o quinto ano seguido de estiagem e cidades como Campina Grande correm
o risco de colapso no abastecimento.
Blog do Suetoni Souto Maior