O
resultado de uma reunião a ser realizada em Miami nesta sexta-feira será
definitiva para o futuro do futebol mundial. O Conselho da Fifa deve aprovar a
criação de um novo Mundial de Clubes e dar mais um passo para a Copa do Mundo
ter 48 seleções (em vez de 32) já em sua próxima edição, a ser realizada no
Catar, em 2022.
A
Fifa quer um Mundial de Clubes disputado a cada quatro anos, a partir de 2021,
por 24 clubes - e com seis vagas para a América do Sul. Esta nova competição
substituiria não apenas o "velho" Mundial de Clubes como também a
Copa das Confederações, dois torneios considerados fracassos técnicos e de
público pela própria Fifa.
O
novo Mundial de Clubes teria a seguinte distribuição de vagas:
- 8 para a Uefa
- 3 para Ásia
- 3 para a África
- 3 para a Concacaf
- 6 para a Conmebol
- 1 para a Oceania
Os
critérios de classificação para o Mundial ficarão a critério de cada
confederação. A Conmebol ainda não decidiu como vai fazer com a América do Sul.
O que parece provável hoje é que os três campeões da Libertadores anteriores ao
Mundial tenham vaga no torneio.
A
única resistência ao novo torneio vem da Uefa, que já organiza a principal
competições de clubes do planeta - a Liga dos Campeões - e vê com ressalvas a
criação de um novo torneio, que obrigará seus principais clubes a jogar mais
vezes numa temporada, ainda que seja apenas uma vez a cada quatro anos.
O
Conselho da Fifa é formado por 36 integrantes, que representam as seis confederações
continentais. A Europa tem nove representantes, número insuficiente para barrar
a aprovação do Mundial de Clubes. Ainda que os europeus se oponham, tudo indica
que a competição será aprovada.
48
seleções em 2022
A
outra grande discussão na agenda do Conselho da Fifa é a possibilidade de
aumentar a Copa do Mundo do Catar para 48 seleções. O inchaço já foi aprovado
para a Copa de 2026, a ser organizada por EUA, México e Canadá, mas o
presidente da Fifa, Gianni Infantino, quer antecipar já para 2022.
Um
estudo encomendado pela própria Fifa concluiu que é possível atender o desejo
de seu presidente, desde que o Catar aceite dividir a Copa do Mundo com alguns
países vizinhos: Kuwait, Omã, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Arábia Saudita.
O
grande obstáculo, neste caso, não está no mundo do futebol, já que todos os
países que compõem a Fifa topam aumentar o número de participantes da Copa do
Mundo - ou não teriam autorizado 48 participantes para o Mundial de 2026. O
problema é que Emirados Árabes, Bahrein e Arábia Saudita (entre outros países)
impuseram um bloqueio econômico ao Catar em 2017 e não parecem dispostos a
ceder. Pelo mesmo motivo, o Catar também não topa dividir a Copa do Mundo (que
é sua por contrato) com esses países.
A
solução que será apresentada pela Fifa a seu Conselho nesta sexta-feira será
fazer dividir a Copa do Mundo com Omã e Kuwait, países mais "neutros"
na região. O que deve acontecer: o Conselho vai autorizar a administração da
Fifa a continuar trabalhando num projeto para viabilizar a expansão da Copa do
Mundo para 48 participantes já em 2022.
Este
projeto, em sua versão final, será então apresentado ao Congresso da Fifa -
evento a ser realizado em junho, em Paris, do qual os 211 filiados participam.
E aí, numa votação mais ampla, todos os países decidiriam se a Copa do Mundo de
2022 terá 32 participantes, como está desenhado hoje, ou 48, como quer o
presidente da Fifa.
Globo Esporte.com