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Foto/Reprodução: Internet |
Diante do atual cenário de descrédito às universidades públicas e
os cortes de orçamentos que nenhuma administração pública pode amenizar,
vejamos, o papel de interdependência dessas instituições para a nossa região, o
quão prejudicial será seu esfacelamento, não só aos estudantes, mas também para
a nossa região.
Um conceito muito caro à Sociologia é a interdependência,
compreende-se o conceito como um processo funcional que estrutura relações
mutuamente, conforme Elias (1939). O autor faz uma analogia, comparando as
relações de interdependência à uma dança de salão para facilitar a abstração
teórica desse conceito, que discute como uma mudança no jogo de relações afeta
todo a teia social e modifica o conjunto de relações até então vigentes.
Não queremos discorrer que uma mudança na teia social seja nociva
para a sociedade, mas sim mostrar efeitos deletérios para com essa, caso um
esfacelamento (provável) institucional. Nesse sentido, é necessário
conscientizar a população da importância, não só da instituição universitária
pública para a educação, mas também a sua função econômica, política e social
que são indissociáveis dessa instituição. Através do raciocínio lógico, já que
não dispomos de dados sistemáticos de nossa região (mas provavelmente temos) é de
suma importância fazer uma reflexão filosófica e pesarmos em causa e efeito.
Para o social, Werneck (2008), já delimita o papel das
instituições de ensino superior. E uma de suas funções essenciais é a
socialização de conhecimento científico, que foi produzido historicamente ou
que se formula nessa região através do ethos científico adotado na pesquisa, que
tende a compreender um fenômeno e que sua compreensão facilitará a vida
comunitária em geral. Mais conhecida como extensão do conhecimento científico
para a sociedade. O papel econômico, o setor terceirizado se beneficia com
serviços ocasionados pela universidade, assim produzindo empregos mesmo que
sejam informais, mas geram renda para a região.
E de último e não menos importante é questão política. Nunca nos
vimos tão forte (falo enquanto força coletiva) em requisitar ao poder
legislativo de nossa cidade o transporte para locomoção de estudantes,
debatemos com candidatos à deputados a nossa questão, à busca pelo mínimo de
explicação e a socialização de informações referente ao repasse público, isso
tudo entre jovens que estiveram disseminando conhecimento universitário (faço
alusão a nossos Gestores graduando). Falo de meus amigos matemáticos que
discutem política abertamente. Que apesar de serem uma área distinta da Ciência
Política, reconhecem o quão é importante a desnaturalização do fenômeno do
poder. Como já dizia Platão “o castigo dos bons homens que não se interessam
por política é serem governados pelos maus”.
Referências:
ELIAS. Nobert.1939, O PROCESSO CIVILIZATÓRIO.
WERNECK. Vera Rudge. Julho de 2008, SOBRE O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
DE CONHECIMENTO: O PAPEL DO ENSINO E DA PESQUISA.
Platao, (428 a.c 347) A REPÚBLICA.
Autores:
Daniel Das Chagas
Martins de Araújo - graduando licenciatura em Ciências Sociais pela
Universidade Federal da Ufcg-Cdsa, integrante do grupo PET Gestão Pública e
Cidadania, pesquisador do grupo GEPESCP (Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciência
política).
Maria Adriana Rodrigues - graduando
licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Ufcg-Cdsa,
integrante do grupo PET Gestão Pública e Cidadania, pesquisadora em estudos
sociais na região caririzeira.
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