A
partir das 21h30 desta sexta-feira o técnico Tite terá uma sequência de
obstáculos a superar para garantir a permanência no comando da seleção
brasileira, assim como acabar com o jejum de títulos continentais da equipe. A
estreia da Copa América contra a Bolívia, no Morumbi, marca o início de uma
jornada de muita expectativa e pressão sobre o treinador.
Diante
de um rival fraco, dentro de casa e com a experiência de estar há três anos na
função, o técnico da seleção brasileira vai em busca de conquistar confiança
tanto para a equipe como para o próprio trabalho. A boa campanha nas
Eliminatórias para a Copa de 2018 deu lugar no último ano a atuações instáveis
e a incerteza se de fato Tite está mantido no cargo até o Mundial do Catar.
"Para
mim a pressão é diária, mas ao mesmo tempo ela me dá confiança e senso de
equipe", disse o treinador. Tite admite ter responsabilidade extra por se
tratar de uma competição disputada dentro de casa. "Não dá para fugir (da
cobrança). Mas temos a consciência de que é preciso construir etapas para o
título", comentou.
O
caminho de Tite nesta Copa América é na verdade o passo inicial rumo ao projeto
da Copa do Catar. Pela primeira vez em 40 anos um técnico da seleção brasileira
ganhou sobrevida no cargo após a disputa de um Mundial, mas o comandante encara
o primeiro torneio oficial após a derrota na Rússia em um cenário de intensas
mudanças.
Um
dos auxiliares, Sylvinho, deixou a comissão técnica para dirigir o Lyon, da
França, e o coordenador de seleções Edu Gaspar deve assumir um cargo no Arsenal
ao fim da Copa América. Tite descarta se sentir ameaçado. "O ciclo
determinado pelo presidente da CBF (Rogério Caboclo) é até 2022. É com isso que
eu trabalho", afirmou.
Se
existe uma grande pressão sobre o treinador, ao mesmo tempo há muito otimismo.
As atuações ruins em alguns amistosos após a Copa, como um empate com o Panamá,
contrastam com um histórico extremamente favorável. O Brasil ganhou as quatro
edições anteriores de Copa América disputadas em casa, nas últimas Eliminatórias
derrotou todos os rivais sul-americanos e mesmo sem Neymar, a equipe se sente
confiante.
"O
Brasil, independentemente da competição, é favorito e está obrigado a jogar bem
e vencer. Mesmo sem o Neymar, nossa principal estrela, continuamos fortes, sem
dúvida. Os jogadores que entraram demonstraram isso nos últimos jogos",
afirmou o volante Casemiro.
Segundo
Tite, o assunto Neymar não repercute mais na seleção brasileira. O treinador
afirmou que os jogadores assimilaram a ausência do principal jogador e negou
considerar benéfico perder Neymar por lesão enquanto o camisa 10 se defende de
acusações por estupro e agressão. "Eu não gostaria nunca de não ter
Neymar. Ele é um dos top 3 do mundo. Eu nunca queria passar por essa
situação", disse.
Tite
tentou tirar a pressão dos jogadores e pediu para ignorarem o peso da estreia.
"Esses jovens precisam de confiança, de alegria, para poder produzir o que
fazem nos clubes", disse.
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