O Governo do Estado, por meio da Fundação
Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Alice de Almeida (Fundac) e da
Secretaria de Educação do Estado, com o Ministério Público Federal e o
Instituto Auschwitz para a Paz e a Reconciliação celebrou parceria para
implementar Projeto de Educação em Direitos Humanos na Socioeducação, através
da Escola Cidadã Integral Almirante Saldanha e de ações transversais da equipe
técnica da Fundac.
A ONG, que é sediada em Nova Iorque,
com antena em São Paulo, está preparando os termos de assinatura para a
parceria, que terá início já no próximo ano letivo, a partir de fevereiro de
2020. Inicialmente, a Auschwitz formará os técnicos e professores, para que
esses se tornem multiplicadores da metodologia e pedagogia empregada pela ONG
para a Educação em Direitos Humanos, através da cartilha “Cidadania e
Democracia desde a Escola”.
Para o presidente da Fundac, Noaldo
Meireles, a parceria entre o Governo do Estado, Ministério Público Federal e a
ONG Auschwitz vem acrescentar uma expertise dedicada à Educação em Direitos
Humanos, o que vai contribuir com um olhar mais direcionado aos Direitos
Humanos e aperfeiçoar as ações já implementadas na construção da cidadania
dentro das unidades.
“O projeto vai consistir em uma formação
de técnicos e professores de todas as unidades, para que eles possam replicar
essa metodologia e o material de formação junto aos demais técnicos para que
possamos ter um olhar da Educação em Direitos Humanos sobre o trabalho nas
unidades”, declarou Meireles.
O procurador-chefe substituto do MPF
na Paraíba, José Godoy Bezerra de Souza, disse que “É um privilégio para o
Ministério Público Federal participar desse projeto porque é fundamental para
uma sociedade e para a democracia o conhecimento dos direitos fundamentais. A
Educação em Direitos Humanos é o caminho para a civilização. Verificamos que em
todas as visitas que fizemos para apresentação do projeto, a proposta foi muito
bem acolhida por todos os órgãos visitados, inclusive, já com encaminhamentos
de datas para a formação de professores multiplicadores”.
Já a diretora técnica da Fundac,
Waleska Ramalho, declarou que essa aliança é estratégica para a Educação e para
o corpo técnico da instituição. “É uma aliança estratégica, onde nós unimos o
MPF, a ONG Auschwitz, que está trabalhando a perspectiva dos Direitos Humanos,
principalmente no Brasil, a Escola e a Política de Educação. É um alinhamento
onde vamos agregar valor à escola, com o seu corpo profissional trabalhando na
perspectiva de cidadania, de respeito, de direitos humanos, de dignidade e
justiça social. E, também, a equipe técnica da Fundac, que vem atuando junto
aos adolescentes numa perspectiva de transformação mesmo, de ressignificação da
vida e do ato infracional. Acho que a proposta é inovadora e ela dará muitos
frutos positivos, para que a gente de fato ressignifique a vida e o ato
infracional dos adolescentes que estão na socioeducação”, acrescentou Waleska
Ramalho.
Gilson França, da Comissão Executiva
de Educação Integral da Escola Cidadã Integral, disse acreditar que o programa
vai trazer muitos benefícios para a escola, no sentido de fortalecer algumas ações
que já está sendo desenvolvida. “Partindo da perspectiva do projeto de vida, em
que os alunos estão cada vez mais conseguindo falar sobre os seus sonhos e a
partir do momento em que eles têm acesso ao conhecimento sobre os próprios
direitos, sobre a identidade, nós vamos garantir ainda mais esse direito à
educação e à cidadania deles. E fortalecendo ainda mais a nossa parceria com a
Fundac, que é essencial para o bom acontecimento das atividades da escola”,
observou.
A diretora do Instituto Auschwitz para
a Paz e a Reconciliação, Clara Ramírez, enfatizou que o Projeto foi pensado
originalmente para trabalhar com escolas públicas no ensino médio, mas que a
proposta é de igual importância para a socioeducação. “Nesse momento, em que
estamos atendendo à população educativa, os meninos e as meninas que estão em
processo de cumprimento de medidas socioeducativas fazem parte dessa comunidade
educativa. Eles têm a mesma situação de qualquer outro menino, evidentemente é
uma situação particular por conta da experiência de vida dessas pessoas e por
conta da situação na qual está se desenvolvendo a sua educação, mas tem a mesma
importância de qualquer outro cidadão do país, de qualquer outro estudante que
tenha acesso a poder estudar essas matérias na sala de aula e experimentar e
explorar temas referentes à democracia, o respeito à pluralidade, porque isso
faz parte, também, da sua formação e da sua educação como cidadão”, afirmou a
diretora da ONG.
Sobre o Instituto Auschwitz – O
Instituto Auschwitz para a Paz e a Reconciliação é uma organização não
governamental internacional que atua na área da prevenção ao genocídio e outras
atrocidades massivas. A partir de um trabalho de assistência técnica, capacitação
e educação, o Instituto Auschwitz apoia os Estados no desenvolvimento e/ou
fortalecimento de políticas públicas nessa matéria. Além disso, o Instituto
fomenta e articula a criação de redes de cooperação regionais e internacionais
entre governos, sociedade civil e academia, com o objetivo de promover uma
abordagem conjunta dos desafios contemporâneos relacionados com a proteção dos
direitos humanos e a prevenção de abusos.
PB Agora