Golpes
que circulam no WhatsApp há pelo menos dez dias se aproveitam do novo coronavírus
e já atingiram 2 milhões de usuários no Brasil. Os boatos utilizam nomes de
grandes marcas e prometem informações sobre a pandemia da Covid-19, distribuição
de álcool em gel, serviços de assinatura grátis ou “auxílio cidadão coronavírus”.
Os dados são do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da
PSafe.
A
empresa detectou 19 golpes e seis aplicativos maliciosos que utilizam a
pandemia e o período de quarentena como iscas para atrair pessoas. As correntes
possuem características semelhantes: prometem um suposto benefício e direcionam
o usuário a acessar o link malicioso. No caso dos ataques recentes, alguns
textos mencionam testes para saber se o usuário está com o coronavírus.
De
acordo com o diretor do dfndr lab, Emilio Simoni, os cibercriminosos utilizam
acontecimentos de grande repercussão para tornar o ataque mais verídico. “Alguns
golpes se aproveitam de ações reais que grandes empresas e o governo estão
realizando para enfrentar o coronavírus, como a doação de álcool em gel e
pagamento de benefícios à população”, explica Simoni, que acredita no aumento
do número de ataques e de vítimas nos próximos dias.
É
um exemplo o suposto programa de “Auxílio Cidadão 2020”, que alega que
trabalhadores autônomos e pessoas de baixa renda têm direito a uma espécie de “auxílio
coronavírus” de R$ 200 mensais. Para isso, a vítima teria que fazer cadastro em
um site que é, na verdade, um link malicioso.
A
corrente passou a ser compartilhada em grupo de WhatsApp neste domingo (22) e
foi desmentida no mesmo dia pela Secretaria Especial do Desenvolvimento Social.
O golpe se aproveita de medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo, mas
que ainda não foram aprovadas e, portanto, não estão em vigor.
Outras
mensagens que circulam nas redes sociais contém fake news sobre a situação da
pandemia do novo coronavírus. Segundo pesquisa do dfndr lab, cerca de 42,5 milhões
de brasileiros já receberam ou acessaram notícias falsas sobre a Covid-19. Para
43,2% dos entrevistados, o WhatsApp é o principal vetor para os boatos.
O
mensageiro tem tomado medidas para evitar desinformação no aplicativo, como o
lançamento de um site exclusivo para informações sobre o novo coronavírus. Além
disso, a versão beta do WhatsApp anunciou, neste sábado (21), testes de uma
ferramenta para pesquisar diretamente no Google o texto de mensagens
frequentemente encaminhadas. O objetivo do recurso é permitir que os próprios
usuários possam conferir a veemência das informações muito repassadas no
aplicativo.
Como
se proteger – O laboratório especializado em segurança digital da PSafe indica
aos usuários alguns métodos para evitar ataques pelo WhatsApp. É preciso
desconfiar de mensagens sensacionalistas ou que oferecem brindes, além de
buscar fontes oficiais, como o Ministério da Saúde, e jornais e sites confiáveis
que possam confirmar uma informação.
O
Ministério da Saúde conta com o WhatsApp (61) 99289-4640 para desmentir as fake
news enviadas por cidadãos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um bot
(em inglês) no WhatsApp, na última sexta-feira (20), para esclarecer dúvidas de
usuários por meio de respostas automatizadas, como métodos de prevenção, mitos
e verdades, e sintomas do novo coronavírus.
O
laboratório também disponibiliza um serviço de checagem de links pelo endereço
(psafe.com/dfndr-lab/pt-br/?utm_source=blog&utm_content=pandemia), que
sinaliza em poucos segundos se uma página pode oferecer ameaça. Também é
importante manter um software antivírus instalado em seu celular com Android ou
iPhone (iOS).
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