Acabei de ler um artigo de um doutor em filosofia. Achei incrível, como
sempre acho, a capacidade argumentativa desses escribas, exímios articuladores
de palavras. A forma dissertativa dos tais é encantadora, parece música com
compasso, ritmo e melodia, que já nasce com arranjos completos. Li e reli
alguns trechos. Ao final ficou apenas a impressão, como sempre fica nesses
casos, de algo tão somente melodioso. Contudo, o conteúdo não informou nem
formou ideia alguma, embora deixasse no ar certo sentimento de profundidade
inatingível, mas ao cabo um divagar de frases metrificadas, boas para a leitura
despretensiosa. Parece-me que a questão é justamente esta: nunca deixar nada
resolvido. Quem diz o diz como lançando névoas no ar, quem lê o lê como que passeando
sobre elas, até descer sem nada trazer, a não ser a sensação de que andou flutuando.
E assim alguns homens constroem a vida aqui na terra, apresentando-se uns ao
outros como seres inatingíveis sem sê-los.
Não há uma crítica nisso, mas é uma reflexão que fazemos, a qual nos
leva à profundidade e simplicidade da Palavra do Senhor, direta, reta, contundente,
peça de instrução da vida produzida pelo Espírito Santo de Deus para os homens
quebrantados. Entretanto, é somente revelada no espírito e na verdade, na
condição de se buscar de todo o coração, porque é espiritual. Abaixo o Senhor
Jesus nos faz compreender mais acerca do assunto.
“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor
do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as
revelaste aos pequeninos” (Mateus 11.25 | ARC).
O Senhor Deus, Senhor do céu e da terra, em Sua perfeição e profundidade
retirou dos sábios e instruídos, segundo o mundo, a capacidade de entendê-lO,
pois os tais se colocam numa posição para além da atmosfera, a qual os leva a tentarem
explicar Deus e não por Ele serem instruídos. No entanto, para os pequeninos, que
são os necessitados do Pai, o Senhor tem mostrado o que dos sábios esconde. Isso
é extraordinário, absolutamente maravilhoso. Vê-se os de pouca instrução
sabendo de coisas que os sábios, segundo o mundo, tentam saber e não alcançam.
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus
caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu
conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele
eternamente. Amém!” (Romanos 11.33-36 | ARC).
A profundidade e grandeza do Senhor Jesus não fornecem aos sábios e
instruídos, segundo o mundo, parâmetros de comparação para os seus estudos, e
isso os enlouquece, justamente por não tê-los para perpetuá-los em suas infindáveis
discussões, as quais nada produzem, então divagam e só.
Louvado seja o nosso Deus e Pai; grandioso seja sempre o nosso Salvador
Jesus; a Ele sejam a honra, a glória e o louvor eternamente! Amém.
Na
alegria do Senhor, que é a nossa força,
Abdias
Campos, servo do Deus vivo