De uma forma até satírica, Elias (2001) nos fala que
os mortos ou moribundos são problemas dos vivos. Mortos não têm mais problemas,
pois morreram. O que nos faz essa reflexão a concluir que hoje estamos com um
problemão nas mãos.
Moribundos (velhice exacerbada) na percepção de muitos,
são pessoas em que estão em estado que só existem, mas não vivem mais! Além de
uma visão literária, temos nossas experiências de vida e acontecimentos. Como a
nossa sociedade trata o moribundo é de forma tão a margem do resto do mundo que
esquecem até que eles existem.
Um Fato quentíssimo foi então a carta de um
célebre ator de tv, em que fala, aqui faço com minhas palavras, que a velhice
num país como esse é insuportável. Não tirarei conclusões, visto a situação que
estamos que pode aflorar nossos nervos (emoções). Mas uma coisa é certa, mortos
e moribundos, como crianças são de responsabilidade geral. E nossa sociedade se
vê nesse momento como isenta de responsabilidade.
Nunca se esperou a tão emblemática frase de José
Saramago (2005) no seu livro As intermitências da morte, que é “e depois
daquele dia ninguém morreu”. Claro que de covid-19. Apesar de Saramago mostrar uma
reflexão sobre a morte e que vai de sentido contrário do que estamos aqui, não achei
frase mais simbólica, que simboliza até certa medida nossos anseios que é a
hora que venceremos isso.
Daniel das Chagas,
Graduando Ciências Sociais pela
UCFG-CDSA.
Conselheiro Tutelar de Amparo-PB
Referências:
ELIAS, Norbert. 2001. Edt. Zahar.
SARAMAGO, José. 2005. Edt. Companhia das
letras/letras estrangeiras editon.