Cumprindo agenda em João Pessoa, o Padre Kelmon afirmou, em entrevista ao programa Arapuan Verdade desta terça-feira (14), que pretende ser candidato novamente a presidente. “Ainda sou jovem”. Disse também que sua participação na eleição de 2022 lhe deu projeção na mídia. Membro da Igreja Ortodoxa, o padre declarou que vive de doações e que não recebe nenhuma ajuda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Confira principais trechos:
Projeção midiática
O padre afirmou que a eleição de 2022, em que foi candidato a presidente da República, lhe deu projeção midiática. “Claro. Eu morava numa ilha. A ilha está parada no tempo. Estamos ali no século XVIII e lá eu estava numa oração feita a Roberto Jefferson, que foi até a ilha, me visitou três vezes e pediu que eu o ajudasse na reorganização partidária. Pediu que o PTB se tornasse um partido cristão e conservador”, disse.
“Mandei um vídeo orando por ele. Ele não me conhecia. Fomos ficando amigos, me convidou a ser vice dele a presidente da República e depois ser o majoritário porque ele não podia. Assim começou minha vida política. É meu padrinho”, pontuou.
Padre de festa de junina
O padre também lembrou o episódio, durante um dos debates para as eleições de 2022, em que a também candidata, na época, Soraya Thronicke, o chamou de padre de festa junina. Segundo ele, em outro momento, a ex-candidata se desculpou, afirmando que estava nervosa.
O padre Kelmon comentou também sobre o presidente Lula tê-lo chamado de padre de quadrilha. “A esquerda é quem bem sabe julgar as pessoas pelo que eles são. São aquilo e projetam na outra pessoa. Quem é quadrilheiro? Quem estava preso quase 500 dias? Fui eu, o padre? Não. Os fatos estão aí. Pesquise e você vai ver”, disparou.
Avaliação do governo Lula
“É caótica, destruindo o que foi construído com muito zelo e muito amor. Bolsonaro deixou o país em superávit. Estamos devendo agora. Desemprego, criminalidade aumentou, narcotráfico ganhou espaço, a saúde pública calamitosa. O Rio Grande do Sul precisando de amparo e estão exaltando cavalo caramelo”.
Sobre o que diria ao presidente Lula, ele comentou: “Eu diria para ele que tinha razão em tudo que disse. Eu respeitaria porque é presidente da República, mas diria que estão aí os frutos do desgoverno dele”.
Roteiro político
Sobre seu roteiro político, ele contou que está fazendo política através da implantação do Foro do Brasil, e frisou que seu domicílio eleitoral é São Paulo.
“Tenho pretensão de disputar a presidência da República, também o senado. O padre Kelmon como senador ajudaria muito na defesa das políticas públicas nacionais. O meu perfil é mais senado e cuidar dos interesses do país”.
Caso Roberto Jefferson
O entrevistado comentou também sobre sua amizade com Roberto Jefferson e o episódio em que esteve na casa do ex-deputado que estava armado. “Eu cheguei lá porque estávamos querendo proteger a vida dele. Quando ele me ligou, eu estava indo para Juiz de Fora com o pastor. Quando ele ligou, em torno de 12h30, ele ligou para se despedir e disse: Padre, pastor, para mim não dá mais, assumam o partido. Foi um prazer ter conhecido vocês”.
Kelmon relatou que ambos ficaram preocupados. “Ficamos malucos. Ligamos para um, e para outro sem saber o que fazer. Quando chegamos na casa dele, a rua estava tomada de gente, polícia de todo tipo. Nunca tinha visto aquilo. Entramos, familiares chorando, e ele em pé com um fuzil. Perguntamos a ele o que estava acontecendo, ele com um olhar estranho conturbado. Passamos uma hora e meia conversando. Fizemos uma oração, cantamos, louvamos, umas 15 pessoas. Ele me chamou e disse que estava todo errado. Me entregou a arma. Disse que eu estava certo. Eu disse que tínhamos um projeto para o país e assim ele estaria jogando tudo fora. Uma hora e meia depois, ele entregou a arma”.
As armas, cartucheiras cheias de balas foram entregues, pelo Padre Kelmon, aos policiais, que conversaram com Roberto Jefferson. Em seguida, o ex-deputado se arrumou e foi embora para o presídio.
“Eu não me aproximaria dele”, disse sobre Padre Egídio
Questionado se iria até a cada do Padre Egídio, acusado de desviar R$ 140 milhões de uma fundação de saúde na Paraíba, ele disse que não se aproximaria dele.
“Na minha condição de político eu não poderia ir na casa dele, não queria foto com ele e nem me aproximaria dele porque eu iria ser mal interpretado. Eu não sou assim”.
Retorno ao reduto
Sobre retornar ao seu reduto, o padre Kelmon lamentou que não pode voltar porque há perseguição da esquerda. “Inventaram calúnias, me difamaram, queimaram minha igrejinha. Isso antes de ser candidato. Depois que virei candidato, o PTB me disse pra não voltar lá porque iriam me matar e jogar no mar”.
Candidato laranja
Ele negou ter sido candidato laranja nas últimas eleições presidenciais. “Eu era um candidato como todos os outros. Sabia que era extremamente difícil ser eleito, mas eu queria. Como sou jovem, 47 anos, tenho a possibilidade de, mais adiante, ser presidente”.
União de pessoas do mesmo sexo
“Como sacramento na igreja, seja ortodoxa ou romana, nunca vai existir. O sacramento da igreja é para um homem e uma mulher. A igreja está há mais de dois mil anos existindo e não vai fazer uma aberração dessa”.
Ele analisou que, se um par de homem ou de mulher quer ter a salvaguarda dos seus bens, se precisam da defesa do estado, se moram há anos juntos, um morre, eles precisam de um amparo para que, na velhice ou na morte, possam se garantir na vida, um casamento civil. “Mas, na igreja não pode”.
Padre Kelmon disse que o Papa Francisco foi mal interpretado ao defender o casamento homoafetivo. “ O que ele disse é que devemos ser misericordiosos com todos. E todos precisam de oração. Essas pessoas precisam de afeto e de carinho. Não podemos rechaçar”.
com ClickPB