O
governo de São Paulo errou nas previsões de mortes por covid-19, doença causada
pelo novo coronavírus, apresentadas durante entrevista coletiva no início da
semana passada. Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, acreditava que
com as medidas de isolamento social o estado contabilizaria cerca de 1.300 óbitos
nesta segunda-feira (13), no entanto, de acordo com o último balanço do Ministério
da Saúde, foram registradas 588 mortes.
O
total até o momento representa apenas 45% do que era esperado pelas autoridades
de saúde do governo paulista. Na segunda-feira (6), quando a previsão era muito
maior do que vem sendo observado nos últimos dias, Covas chegou a defender que
as ações adotadas pelo estado evitariam que o número chegasse em quase 5 mil.
"Se
nós não tivéssemos tomado nenhuma medida, nós chegaríamos no dia 13 de abril
com quase 5 mil óbitos. Tomamos as medidas e esperamos chegar lá com menos de
1.300 óbitos. Isso aqui dá a dimensão da importância das medidas que estão
sendo tomadas e que precisam ser respeitadas", disse.
Uma
semana depois, considerando a evolução dos dados do Ministério e da Secretaria
Estadual de Saúde, a realidade vai ficando cada vez mais distante do que foi
apresentando pela equipe comandada pelo governador João Doria para os próximos
180 dias. "Nós vamos reduzir 166 mil mortes. Nós precisamos reduzir o número
de mortes. É um número muito significativo", afirmou Dimas Covas.
Casos
confirmados
O
presidente do Instituto Butantan também acreditava que sem as ações de
isolamento social o número de casos confirmados estaria entre 20 e 25 mil.
Entretanto, a Secretaria de Saúde disse nesta segunda-feira que 8.755 já foram
infectados pelo novo vírus.
"Sem
nenhuma medida [de isolamento] nós estaríamos lá no dia 13 de abril com quase
150 mil casos no estado de São Paulo. Com as medidas, nós vamos chegar nessa
data com cerca de 20 a 25 mil casos", comentou.
Dimas
Covas assumiu a coordenação dos testes de detecção do novo coronavírus no
estado de São Paulo, no dia 2 de abril. O médico, além de comandar o instituto,
também é responsável pelo Plataforma de Laboratórios de diagnóstico de coronavírus.
Isolamento
social em SP
As
previsões apresentadas por ele no começo da semana passada, entre outras
recomendações do Centro de Contingência do Coronavírus, que é comandado pelo
infectologista David Uip, foram utilizadas pelo governador, João Doria, na
sustentação da prorrogação até o dia 22 de abril das restrições impostas ao comércio
e aos serviços não essenciais em todo o estado, como forma de evitar a rápida
disseminação do coronavírus.
"Nenhuma
aglomeração de nenhuma espécie, em nenhuma cidade ou área do estado de São
Paulo será admitida", afirmou o governador, ao ressaltar que a Polícia
Militar poderá ser usada para que se cumpra a ordem.
Iniciadas
em 24 de março, as medidas teriam efeito até 7 de abril. No entanto, o prefeito
da capital já havia determinado o fechamento de serviços e comércios não
essenciais a partir de 20 de março.
Portal R7