A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira,
22, registro do primeiro produto à base de maconha no País. Trata-se de um fitofármaco
que possui canabidiol e concentração inferior a 0,2% de THC, substância com
efeitos psicotrópicos.
O
produto pode ser vendido nas farmácias, desde que haja prescrição médica. A
Anvisa afirma que o fármaco será usado para casos em que não há alternativa
terapêutica, mas não especificou quais doenças seriam beneficiadas.
A
Anvisa não informou o nome do medicamento. O produto é fabricado pela empresa
Prati-Donnaduzzi.
A
agência aprovou em dezembro de 2019 resolução para permitir registro de
produtos à base de cannabis. Por pressão do governo Jair Bolsonaro, a agência
reprovou à época autorização de plantio da maconha com fins medicinais e de
pesquisa.
A
nova resolução criou uma categoria específica para produtos à base da planta.
Antes, apenas medicamentos com substâncias extraídas da cannabis poderiam ser
registrados, desde que apresentassem robusto estudo clínico. Este tipo de
pesquisa é caro e, segundo pessoas do setor, de difícil execução para produtos
mais simples, como fitoterápicos.
O
Brasil já permite a venda do medicamento Mevaty, de preço superior a R$ 2 mil
no País, indicado para espasticidade moderada a grave relacionada à esclerose múltipla.
A expectativa com a nova regra da Anvisa é que outros produtos fiquem disponíveis
na farmácia, de menor complexidade, como fitoterápicos.
Terra